Como fotografei a difícil borboleta Colibri - Gil Montalverne

18 janeiro 2012, quarta-feira . Fotógrafos Convidados , Hahnel

A reconhecida marca Hahnel lançou no mercado o controlo remoto Inspire LiveView com tecnologia wireless, para máquinas fotográficas Canon e Nikon DSLR.

É constituído por um display LCD de 3,2” que serve de transmissor e que visiona em tempo real as imagens da máquina fotográfica onde é colocado o receptor na sapata de flash.

A ligação do receptor à DSRL é feita por meio de cabos fornecidos no kit. O LiveView pode controlar até 4 máquinas ao mesmo tempo até 60 metros de distância.

Assim que tive conhecimento da existência deste extraordinário controlo remoto da Hahnel, lembrei-me de imediato de uma imagem que há muito tentava captar em boas condições e que até agora não conseguira obter de forma satisfatória.

E a razão era simples. No meu já vasto banco de imagens de fotografia da Natureza para ilustração dos artigos que regularmente escrevo, atingindo nesta longa carreira alguns milhares publicados mas também no fornecimento de imagens para as mais diversas finalidades (ilustração de livros, publicidade, etc.) faltava uma boa fotografia da borboleta Colibri.

Não se trata de nenhum espécimen raro nem que tenha nas suas asas um desenho colorido que possa encantar qualquer entusiasta ou coleccionador de insectos.

Mas a faceta curiosa que pode facilmente deduzir-se do nome que lhe foi dado é que, tal como a famosa ave com esse nome, ela tem a capacidade de bater as asas com tanta velocidade que consegue ficar parada no ar e assim se vai alimentando do néctar das flores sem ser necessário poisar nelas.

Fugidia e veloz, nunca poisando num simples canteiro de jardim como o fazem as suas irmãs muito mais vistosas, andando rapidamente de flor em flor e afastando-se numa corrida vertiginosa para bem longe se sentir que alguém se aproxima, por exemplo para a fotografar, muitas vezes me decepcionava. Os seus dois olhos esféricos, cada um feito de mil olhos, estão sempre atentos a movimentos suspeitos à sua volta.

Eu conhecia os locais e a época do ano em que aparece mas as fotografias que tinha conseguido até aqui não me satisfaziam. Macrofotografia, mesmo com objectiva zoom era difícil.

Depois o facto de por pouco tempo estar parada no ar por cima da mesma flor, feito o foco, em auto ou manual, quando disparava, muitas das vezes já lá não estava. Portanto pensei que este controlo remoto Inspire da Hahnel era mesmo uma inspiração.

Isto não quer dizer que fosse impossível sem ele mas era muito mais moroso e difícil. Entre os locais onde a tinha visto estava um jardim do Luso e outro em Porto Covo. Mas também sabia da sua existência em jardins particulares na marginal do Tejo. Curiosamente ela gosta de jardins de flores vistosas mas não suporta a nossa presença. Foi portanto num dos referidos locais que montei a máquina fotográfica com o receptor do Inpire LiveView num tripé focada para uma flor onde a Colibri ia de vez em quando.

Regulada a velocidade e o diafragma convenientes afastava-me para que ela não notasse a minha presença e no ecrã do dispositivo transmissor que tinha nas mãos e em cujo ecrã visionava a mesma imagem que a máquina estava pronta a captar, carregava no pequeno botão que iria accionar o obturador da câmara fotográfica, graças à tecnologia WIFI.

Fiz então várias tentativas em diversas flores e entre as imagens obtidas apresenta-se aqui uma delas que considero das melhores. Seria impossível obtê-la ou extraordinariamente difícil sem o Inspire LiveView da Hahnel. E como nunca estou satisfeito quem sabe se não voltarei a tentar.

Ora aconteceu que nesta digressão feita em Setembro do ano passado, alguém me disse que todas as noites, um pequeno mocho juvenil poisava no cimo de um cepo de uma cerca junto de um celeiro, certamente tendo aprendido com os pais, que ali se colocavam caçando os ratos, mas ainda pouco prevenido contra as intrusões humanas.

Mas mesmo assim, quando tentava aproximar-me para o fotografar, fugia e só aparecia no dia seguinte. Pensei que seria mais uma oportunidade para testar o Inspire. A mesma preparação da câmara com o receptor num tripé, apenas com a diferença de um flash sincronizado. Coloquei-me bem longe e como estava luar conseguia ver alguma coisa no ecrã do transmissor.

E aqui se apresenta o antes e depois da chegada do pequeno mocho.

Este controlo remoto da Hahnel pode ser aplicado nas mais diversas situações, desde a fotografia da Natureza e vida selvagem nomeadamente do mundo animal, aproveitando a facilidade de ter por exemplo a câmara fotográfica colocada ao nível do solo sem ter necessidade de estarmos deitados no chão a visionar no ecrã ou quando é necessário distanciarmo-nos do local para não sermos detectados (não esquecer que o alcance é de cerca de 60 metros) mas também no desporto ou em locais onde haja algum perigo em estarmos presentes e até mesmo na moda para que os modelos se sintam mais à vontade.

Resumindo, sempre que seja conveniente estarmos afastados do assunto a fotografar e até mais comodamente instalados.

Convém dizer que no caso da fotografia aproximada ou macro é necessário efectuar alguns testes para corrigir o efeito de paralaxe que não mostra no transmissor o enquadramento exacto que a máquina fotográfica está a capturar.

Gil Montalverne
Jornalista e Fotógrafo


Notas da Comercialfoto:

Ver artigo sobre as especificações técnicas Inspire da Hahnel 

Loja de material fotográficoHahnel Inspire para Canon | Hahnel Inspire para Nikon

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